sábado, março 02, 2019

O rei está de passagem pela Serra Bonita!


Quando buscamos informações na literatura sobre o belo gaturamo-rei (Euphonia cyanocephala), palavras como: incomum, escasso, pouco comum, raro e pouco frequente são recorrentes, nos reportando como pode ser desafiador encontrar esse multicolorido pássaro, ao longo de sua área de ocorrência, nas florestas da América do Sul.

É consenso na literatura, o gaturamo-rei é um pássaro incomum!

De colorido singular, macho e fêmea compartilham um belíssimo padrão azul turquesa brilhante no alto da cabeça e nuca, o que os torna, em minha opinião, inconfundíveis! Apesar do seu colorido chamativo, o gaturamo-rei é um pássaro muito discreto. É preciso estar atento para notar sua presença na paisagem. Seu canto complexo, produzindo sons indistintos (chilreado) pode ser emitido, muitas vezes, bem baixinho, já seus chamados típicos, podem ser a melhor maneira de nota-lo, quando estão meio aos grandes adensamentos de trepadeiras parasitas.

Macho e fêmea de Euphonia cyanocephala compartilham o azul celeste no alto da cabeça e nuca. Reprodução: Handbook of the Birds of the World.

Distribui-se de forma ampla na América do Sul, mas possui ocorrência disjunta e pontual em sua área de distribuição, apresentando três subespécies distintas, de acordo com o Handbook of The Birds of The World:
  • Euphonia cyanocephala pelzelni - ocorre da Cordilheira dos Andes do Sul da Colômbia até o Oeste do Equador.
  • Euphonia cyanocephala insignis - ocorre em áreas de encosta andina no Equador.
  • Euphonia cyanocephala cyanocephala - ocorre na Serra de Perijá na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela; ocorre localmente no Sudeste da Venezuela; localmente através da Guiana, Suriname e Guiana Francesa; Trinidad; nos Andes da Colômbia, Equador Peru, Bolívia e Noroeste da Argentina e também no Paraguai; no Brasil ocorre de forma pontual no estado de Roraima, existem registros isolados no Pará e Mato Grosso e do Leste do Brasil até o estado do Rio Grande do Sul.
O status taxonômico da população meridional do Brasil, Paraguai e NE da Argentina merece ser melhor avaliado, por conta de seu aparente isolamento geográfico, embora existam registros recentes de áreas intervenientes. Alguns autores, como Rolf Grantsau, em sua obra – Guia completo para identificação das aves do Brasil – classifica a subespécie “Atlântica” como Euphonia cyanocephala aureata.

A esquerda, o mapa de acordo com Robert Ridgely mostrando a distribuição disjunta de Euphonia cyanoephala na América do Sul. Mapa da direita, de acordo com o WikiAves, mostrando a distribuição geográfica da espécie no Brasil.

Durante todo esse tempo de mato, percorrendo o Brasil estudando aves, eu não observei esse pássaro em mais do que em cinco oportunidades! O gaturamo-rei é de fato, um pássaro incomum. Uma explicação plausível para essa baixa detecção em campo, a meu ver, se deve por conta do seu comportamento sabidamente discreto, combinado com seus hábitos nomádicos. Euphonia cyanocephala, comprovadamente é uma espécie que apresenta movimentos erráticos, apesar de tais deslocamentos serem ainda mal compreendidos.


Outra peculiaridade de seu comportamento, que chama a atenção e parece ser consenso entre alguns ornitólogos é que a espécie parece estar intimamente associada à frutificação de trepadeiras parasitas, como as ervas-de-passarinho. Coincidência ou não, nas escassas oportunidades em que tive contato com a espécie, em todas(!), Euphonia cyanocephala estava a utilizar a parasita erva-de-passarinho, como recurso alimentar.

Essas plantas quais as ervas-de-passarinho pertencem, constituem um recurso alimentar tão importante para algumas espécies de pássaros, que ganharam um capítulo exclusivo na magnífica obra escrita com desvelo, intitulada – Quatro Estações: História Natural das Aves da Mata Atlântica, uma Abordagem trófica – de autoria do notável ornitólogo Ricardo Parrini (pelo qual nutro profunda admiração). Os movimentos empreendidos pelo gaturamo-rei poderiam estar relacionados à fenologia deste importante recurso alimentar!


Ano passado, após pelo menos uns cinco anos sem avistar a espécie, a encontrei no Bairro rural do Salto, na Serra da Mantiqueira, município de Delfim Moreira-MG, imerso em um portentoso adensamento de erva-de-passarinho “bombando” de frutinhos maduros. Nessa ocasião, estava passeando com meu filho, sem binóculo, ou câmera fotográfica, mas portava a voz da espécie, em meu celular. Tratei então de reproduzir a vocalização para tentar visualizar o indivíduo, que havia sido detectado primeiramente, através dos seus típicos chamadinhos. Após o playback, um macho adulto desceu pra perto da gente, proporcionando bons avistamentos, mesmo sem equipamento apropriado. 

Na ocasião essa observação, foi depositada na plataforma de registros ornitológicos eBird: https://ebird.org/view/checklist/S50364020 Uns dias após esse registro, eu retornei ao local, dessa vez, devidamente equipado, na esperança de rever o pássaro e tentar fazer um registro fotográfico, mas para minha completa frustração, a árvore e a vistosa ramaria de erva-de-passarinho haviam sido completamente podadas!

Cerca de dois meses depois do último encontro, recebo um alerta via WhatsApp. Era meu grande amigo Francisley Ribeiro, comunicando que faziam cerca de dois dias em que ele estava vendo um bandinho de gaturamo-rei, nas imediações do Hotel Serra Bonita. Esse aconchegante hotel está muito bem localizado entre a paz e o verde da Serra da Mantiqueira, no município de Delfim Moreira. Além de ser um local incrível para passarinhar, está rodeado por uma paisagem deslumbrante. Na área do Hotel funciona um premiado haras, especializado em cavalos da raça Quarto de Milha, onde meu amigo Ley trabalha como administrador.

Troquei algumas mensagens com o Ley e marcamos minha ida ao Serra Bonita, já no dia seguinte, afinal, o Hotel dista apenas 40 km de Itajubá! Apesar de já ter observado o bicho em algumas ocasiões, esse parecia ser um momento oportuno para vê-lo novamente e com o objetivo principal desta vez, de tentar fotos da espécie, visto que eu não possuía registros fotográficos dessa espécie, em meu acervo, até então.

Já no dia seguinte, deixei minha esposa no trabalho e parti na melhor das companhias, rumo ao Hotel Serra Bonita, meu filho Túlio me acompanhava. Chegamos lá, encontramos o Ley, proseamos um “cadinho” e seguimos sem demora, para o local onde o bicho estava aparecendo. No caminho, Túlio ia se encantando com os arredores, com os cavalos, com as montanhas, com um cachorrinho que nos acompanhava e ia narrando o que avistava durante nossa caminhada até a área.

Eu, Ley e Túlio no ponto de avistamentos do gaturamo-rei. Foto: Bruno Rennó.

Túlio e um belo filhote de Pastor da Mantiqueira. Foto: Bruno Rennó.

Chegamos no ponto onde os gaturamos-rei estavam aparecendo, um pastinho, com árvores esparsas, em borda de floresta alto-montana, com muitas araucárias se esparramando através da paisagem. Olho para cima e vejo algumas árvores tomadas por ervas-de-passarinho em frutificação! Mal apeamos as tralhas e o Ley já exclama alertando que os bichos estavam por ali! Foi aquela correria... Pega o binóculo, regula a câmera, posiciona o playback e bora “trabalhar” o bicho!

As árvores do local tomadas pela trepadeira parasita, erva-de-passarinho. Foto: Túlio Rennó.

Era um bandinho, um macho adulto (em muda de plumagem das penas de contorno) acompanhado de outros dois exemplares, que até agora não sei se eram fêmeas, ou jovens, pois estavam com pouco azul no alto da cabeça. O bandinho estava alto, na copada, comendo avidamente os pequenos frutos da erva-de-passarinho! Tocamos um pouco do playback e para nossa surpresa os bichos se ouriçaram e despencaram em nossa direção, desceram na altura de nossos olhos! Daí foi só alegria e cliques para todo lado! É tão bom quando os bichos colaboram com a gente!

Macho de Euphonia cyanocephala fotografado durante a visita a Serra Bonita. Foto: Bruno Rennó.
Macho de Euphonia cyanocephala em outra posição durante a visita a Serra Bonita. Foto: Bruno Rennó.

Provavelmente um exemplar jovem de gaturamo-rei registrado durante visita ao Serra Bonita. Foto: Bruno Rennó. 

Nesse meio tempo, meu pequeno, me indaga que gostaria de tirar fotos também! Na hora, saquei meu celular e deixei na mão dele no modo câmera e quando vejo, ele sai disparando em tudo o que seus curiosos olhinhos miram! Quando os gaturamos voaram pra longe, pego pra olhar o celular e para minha surpresa, meu moleque de apenas 3 anos, leva um baita jeito para fotografia! Ele fez umas fotos ótimas, talvez por eu assumidamente ser um papai super babão e coruja! Mas que o moleque leva jeito pra coisa, ah isso leva!

Eu e meu grande amigo Franciley Ribeiro comemorando as boas chances que o bandinho de gaturamo-rei nos deu. Foto: Túlio Rennó.

O filhotão de Pastor da Mantiqueira e a paisagem ao nosso redor. Foto: Túlio Rennó.

Preparando o playback. Foto: Túlio Rennó.

Companhia canina! Foto: Túlio Rennó.

As perspectivas do Túlio. Foto: Túlio Rennó.

Ley e eu observando o bandinho de Euphonia cyanocephala se alimentar. Foto: Túlio Rennó.

Os detalhes na perspectiva do meu pequeno. Foto: Túlio Rennó.

Parte do equipamento de campo, Foto: Túlio Rennó.

A presença marcante de araucárias na paisagem. Foto: Túlio Rennó.

O fragmento florestal que margeia o pastinho. Foto: Túlio Rennó.

Observar aves é uma mistura de conhecimento, determinação e sorte. Um pouco de conhecimento, porque, sempre há a necessidade de se estudar sobre determinada espécie que desejamos procurar. Buscar sobre informações na literatura sobre a espécie que se deseja observar pode ser útil durante as buscas em campo. Saber previamente qual ambiente ela prefere, qual tipo de vegetação ela habita, se ela tem algum hábito específico, é aconselhável conhecer seu repertório vocal para facilitar sua detecção; Determinação, pois observar aves é algo completamente imprevisível, um dia jamais é igual ao outro. Às vezes é necessário esperar por horas, dias, a frustração pode ser uma constante, principalmente, quando buscamos por aves raras em seu habitat natural. Muitas vezes é preciso voltar ao mesmo local, uma, duas, três vezes e dependendo do caso, é necessário até, dezenas de visitas para conseguir sucesso em observar um pássaro desejado; E sorte, o observador de aves precisa estar sempre acompanhado de uma boa dose de sorte, pois em muitos casos, quando a sorte está ao nosso lado coisas “inacreditáveis” podem acontecer. Um pássaro de hábitos ariscos pode do nada, chegar muito perto de você e não se importar com a sua presença, ou ainda um pássaro que vive enfurnado em meio a vegetação super densa e não "nunca" para quieto, pode sair e ficar parado no limpo em um galho exposto, por alguns instantes. Ou ainda você pode chegar em deterinado local e o bicho que você busca já estar zanzando por ali e responder de imediato o playbcak facilitando o trabalho. A sorte sempre é uma boa aliada do observador de aves!

Como sempre há motivos para passarinhar, essa é uma boa oportunidade para registrar o incomum gaturamo-rei, que está de passagem pelo Hotel Serra Bonita. Pra quem tiver interesse, o bicho ainda está por lá, sendo ainda uma oportunidade bacana de passarinhar nessa bela porção da Serra da Mantiqueira. Pra quem, por acaso, passar por lá desejo uma boa dose de sorte e sempre que forem passarinhar não se esqueçam de contar com essas duas premissas principais: determinação e sorte!  

quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Pouso Alegre e suas surpresas ornitológicas!

Lá se vão mais de 20 anos, em que me dedico ativamente à observação de aves! Lembro-me no início de minha trajetória como observador, de como as pessoas achavam muito estranho a atividade, lembro-me até de alguns amigos do meu pai questionando-o, se ele não ficava preocupado comigo, por eu apresentar esse tipo de comportamento! Graças à sabedoria dos meus pais, eles não nunca me acharam um lunático, talvez um pouco maluquinho, mas eles sempre foram, e ainda são os meus maiores incentivadores na atividade. Eles nunca deixaram de me dar o apoio e incentivo para continuar buscando o meu sonho. Hoje, cá estou eu trilhando minha sonhada carreira de ornitólogo de campo! Eu sempre serei eternamente grato ao incansável incentivo dos meus pais, para que eu conseguisse alcançar esse meu grande sonho!

Em um pouco mais de duas décadas me dedicando a observação de aves, eu pude viver muitos momentos memoráveis. Muito aprendizado e conhecimento adquirido, grandes amizades realizadas (eu conheci muita gente bacana, por causa dos passarinhos), muitas viagens e expedições - algumas para lugares que jamais imaginei que um dia iria conhecer (!), e muitas, muitas aves pelo caminho, eu posso afirmar, que realizei muitos sonhos em forma de passarinhos!

Ao longo de todos esses anos, umas das coisas mais bacanas que pude presenciar foi o crescimento do birdwatching no Brasil! Principalmente, nos últimos 10 anos, com a criação de plataformas virtuais de fomento a observação de aves, como o site WikiAves, por exemplo. A observação de aves cresceu e cresce exponencialmente em nosso país! Hoje a observação de aves é televisionada, vários programas e jornais abordam a atividade, centenas de Blogs e sites, revistas especializadas, enfim, isso auxiliou e muito, na popularização da atividade. As pessoas "normais" já conseguem identificar um observador de aves hoje em dia e não te olham mais como um "marciano", como há uns 15 anos atrás.  

WikiAves, 10 anos! Vida longa...

O WikiAves é um site direcionado à comunidade brasileira e internacional de observadores de aves, de conteúdo interativo, com o objetivo de apoiar, divulgar e promover a atividade de observação de aves e iniciativas de ciência cidadã, fornecendo gratuitamente ferramentas avançadas para controle de mídias, auxílio na identificação de espécies, textos, além de contribuir significativamente para o conhecimento da distribuição das espécies de aves brasileiras. É uma ferramenta verdadeiramente incrível, que se tornou a maior base de dados sobre aves brasileiras na Internet, em todo o mundo!

Falando ainda sobre o site Wikiaves, vale mencionar, que no ano passado, o site completou 10 anos! Os números são expressivos e dignos de comemoração e naturalmente refletem o crescimento da atividade de birdwatching no Brasil. São mais de 30.000 observadores de aves cadastrados nessa plataforma e mais de dois milhões e seiscentos mil registros! Das 1919 espécies com ocorrência confirmadas no Brasil e validade aceita pelo CBRO (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, 2015), 1887 espécies de aves estão documentadas no site WikiAves, através de fotos e/ou gravações. Essa surpreendente cifra é fruto do esforço e dedicação coletiva dos observadores brasileiros!

O site WikiAves ajudou a revolucionar o birdwatching no Brasil! 

Outra contribuição muito legal do site é que ele ajudou a redesenhar e refinar os mapas de distribuição de várias espécies de aves brasileiras e consequentemente descortinou inúmeras localidades desconhecidas e com grande potencial para ocorrência de espécies de relevante interesse ornitológico. Com tanta gente passarinhando por aí, de pouquinho, em pouquinho vários rincões ainda “esquecidos” deste Brasil foram sendo revelados, abrindo portas para uma enormidade de lugares interessantes para se procurar por aves e inúmeras surpresas foram aos poucos, sendo reveladas.

As pessoas começaram a se organizar e sair para campo em suas regiões, buscando consolidar e aumentar a lista de registros das espécies de aves para seus municípios. Vários “clubes” de observação de aves foram sendo criados e seguem ganhando adeptos Brasil a fora. Seguindo este caminho nasceu o nosso grupo de observação de aves do município de Itajubá, denominado: Observadores do Amantikir. Reunimo-nos regularmente para explorar a nossa região, municípios vizinhos e às vezes, o pessoal também se aventura em viagens para terras mais longínquas.

Logo do nosso grupo, com o caneleirinho-de-chapéu-preto eleito como ave símbolo. 

Um município vizinho, bastante interessante do ponto de vista ornitológico e também com um grupo de passarinheiros bastante atuantes é Pouso Alegre. Por lá, eles também se organizaram e criaram o seu grupo batizado por nome: ARAPAPÁ.

Pouso Alegre dista cerca de 70 km de nossa cidade, Itajubá, e vez ou outra, nosso “bando” realiza pequenas “migrações” até lá, para conferir as novidades e achados relevantes de nossos colegas pouso-alegrenses. Apesar da curta distância, mas devido a particularidades de relevo e vegetação, a região de Itajubá e Pouso Alegre possuem interessantes nuances ornitológicas. 

Os municípios de Itajubá e Delfim Moreira, onde nosso grupo é bastante atuante, estão inseridos nos domínios da imponente Serra da Mantiqueira, em áreas de maior elevação e umidade, com uma avifauna predominantemente típica das montanhas do sudeste do Brasil. Diferente de Itajubá, Pouso Alegre apresenta relevos mais ondulados e menos abruptos e seus fragmentos florestais são classificados como Floresta Estacional Semidecidual, uma mata mais “seca” e típica de regiões mais interioranas, pequenos traços de cerrado também podem ser notados em alguns pontos da paisagem, além de possuir expressivas extensões de planícies, que acompanham a Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí formando grandes várzeas alagáveis sazonalmente.

As particularidades ambientais do município de Pouso Alegre, em uma só imagem! Relevo ondulado e menos abrupto, fragmentos de Florestas Estacionais Semideciduais e campos que se alagam sazonalmente seguindo a Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí. Foto de autoria do observador de aves de Pouso Alegre: José Nélio Miranda

Para uma pessoa de olhar menos “treinado” tudo pode parecer à mesma coisa, mas essas pequenas particularidades de fitofisionomia (aspecto da vegetação de determinada região), clima, altitude e relevo, conferem pequenas e interessantes mudanças na paisagem e consequentemente repercutem na composição da comunidade de aves, mesmo em distâncias relativamente curtas.

Uma das notáveis singularidades de Pouso Alegre provém da avifauna associada às grandes extensões alagáveis que acompanham a bacia do Rio Sapucaí e são nessas áreas, que as maiores surpresas aladas foram reveladas para a região. Esses campos hidromórficos proporcionam habitat apropriado para inúmeras espécies campestres e também migratórias, e por abrigar temporariamente aves que apresentam comportamento errante, torna-se uma verdadeira caixa de surpresa para observadores em busca de novidades!

Pra se ter uma ideia da importância da região, especialmente para o Estado de Minas Gerais, das 32 espécies do gênero Sporophila (papa-capins, caboclinhos, coleiros e afins) com ocorrência no Brasil, 16 espécies já foram documentadas para Pouso Alegre. Muitas dessas espécies possuem comportamento migratório, algumas encontram-se ameaçadas de extinção e suas rotas ainda são mal compreendidas. Esses campos alagados servem de importantes pontos de apoio durante a rota de migração de inúmeras espécies. Vários maçaricos e andorinhas passam pela região fugindo do rigoroso inverno do Hemisfério Norte e também outros viajantes, como o migrante austral Hymenops perspicillatus (viuvinha-de-óculos).

Macho e fêmea de viuvinha-de-óculos (Hymenops perspicillatus). Migrante Sul americano, com registros nas várzeas de Pouso Alegre. Reprodução: Handbook of the Birds of the World.

A esquerda, o mapa de distribuição da viuvinha-de-óculos, de acordo com Robert Ridgely. Mapa da direita, de acordo com o WikiAves, mostrando como o site contribuiu para o refinamento da compreensão da distribuição geográfica das aves com ocorrência no Brasil.

Esses trechos em bom estado de preservação existentes em Pouso Alegre são de grande relevância, para dezenas de espécies de aves associadas ao ambiente aquático, muitas dessas espécies ocorrem na região de forma sazonal, como tuiuiús, cabeças-seca, narcejas, patos e marrecos. O ágil gavião-do-banhado (Circus buffoni),  inúmeras espécies de sanãs e saracuras, algumas bem raras, como a inconspícua sanã-amarela (Porzana flaviventer). Outro pequeno paludícola, que também pode ser encontrado nessas várzeas é o simpático tricolino (Pseudocolopteryx sclateri). 

Jabiru mycteria (tuiuiú), espécie de ocorrência sazonal nas várzeas de Pouso Alegre. Foto: Bruno Rennó.

As áreas abertas naturais do município, também são reduto para diversas espécies em delicada situação de conservação, intimamente associadas aos campos naturais bem preservados, que ainda se esparramam de forma pontual na região. Com uma boa dose de sorte é possível avistar em uma única passarinhada, espécies bem raras, como o papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta), galito (Alectrurus tricolor) e papa-moscas-canela (Polystictus pectoralis) atestando o bom grau de conservação dessas áreas campestres.

papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta). Foto: Bruno Rennó.
galito (Alectrurus tricolor). Foto: Bruno Rennó.
papa-moscas-canela (Polystictus pectoralis). Foto: Bruno Rennó.

Como relatado anteriormente, eventualmente, o nosso grupo se excursiona até Pouso Alegre com a intenção de conferir os preciosos achados efetuados pelos nossos colegas nativos da região. Com esse objetivo, Silvander Mendes, Clayton Bonafé e eu, nos reunimos no dia 03 de fevereiro de 2019, para mais uma saída de campo, do nosso grupo de observação de aves de Itajubá - Observadores do Amantikir. Apesar de ser um Domingo, nada de preguiça! Às 4:30 da matina já nos dirigíamos, animados, para Pouso Alegre. 

O trio itajubense durante passarinhada em Pouso Alegre. Foto: Bruno Rennó.

Meus principais objetivos nessa manhã, eram duas espécies: a possível Sporophila hypochroma (caboclinho-de-sobre-ferrugem), que o pessoal estava fotografando na região e Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-de-dorso-acanelado), ambos eram lifers para mim – lifer é um termo em inglês, utilizado pelos observadores de aves, para quando se registra pela primeira vez em sua vida, uma determinada espécie de ave. Minha Life List atualmente conta com 1378 espécies de aves brasileiras! A Life List (Lista da vida) é uma lista onde se compila todas as espécies de aves, que o observador registrou com absoluta certeza, ao longo de toda sua trajetória na observação de aves.

Como de costume, chegamos em campo ainda no escuro e sobrou um tempinho para notar a presença de algumas espécies de aves noturnas, com destaque para o jacurutu (Bubo virginianus) e o bacurau-de-rabo-maculado (Hydropsalis maculicauda), esse bacurau parece estar associado a áreas úmidas abertas. 

jacurutu (Bubo virginianus), a maior espécie de coruja do Brasil. Reprodução: Handbook of the Birds of the World.

O nascer do sol nos proporcionou um verdadeiro espetáculo, quando seus primeiros raios dourados foram riscando o horizonte! Por esses e outros motivos, sempre apreciei muito acordar muito cedo e sair para o campo, o amanhecer no mato é inigualável, acredite. Ver o dia raiando, o céu mudando de cor, os primeiros pássaros saudando com alegria o novo dia que começa. A minha sensação nesse instante é como se a esperança da gente se renovasse, a cada amanhecer!

Espetáculo ao alvorecer! Foto do amigo, Clayton Bonafé.
A galera curtindo o nascer do sol! Foto: Bruno Rennó.

Ainda no lusco fusco, as narcejas estavam bem animadas, realizando seus displays aéreos e vocalizando bastante. Foi bem bacana ter o ensejo de observar as duas espécies voarem simultaneamente, assustadas pela nossa movimentação. A diferença de tamanho entre Gallinago undulata (narcejão) e Gallinago paraguaiae (narceja) chama a atenção e como o próprio nome popular da primeira espécie faz alusão, Gallinago undulata é de fato, um baita narcejão! Eu já tinha observado ambas na natureza, em diversas ocasiões, mas poder vê-las levantar voo juntas foi uma experiência bem interessante, dando para perceber, a notável diferença de proporção entre esses dois congêneres de bico alongado.

Já com o dia bem claro, nos pomos a “perambular” por entre os campos alagados, na esperança de localizar a raríssima Sporophila hypochroma (caboclinho-de-sobre-ferrugem), na ocasião, lifer para o trio de observadores itajubenses! Nós caminhávamos um tanto quanto espalhados por entre as moitas de capim, talvez, como uma forma de maximizar nossos esforços de busca. Por volta das 7 horas da manhã avistei um vulto com tons de ferrugem, em meio à densa capineira, bato o binóculo e pimba, lá estava o sonhado caboclinho, um macho adulto viradinho, se alimentando das sementes de rabo-de-burro. O coração foi a mil, sempre é um teste cardíaco avistar uma sonhada desiderata, em campo!

Afastei-me vagarosamente e emiti um discreto sinal sonoro para o resto da turma, os meninos entenderam o recado, e não demorou, já estávamos agrupados diante de um belíssimo caboclinho, que provavelmente se tratava de Sporophila hypochroma. Enfatizo o provavelmente, pois o caboclinho-de-sobre-ferrugem é um migrante austral e esse possível registro para Pouso Alegre é algo bastante inusitado, o que representaria uma considerável extensão na distribuição geográfica da espécie. Como o táxon é sabidamente de identificação problemática, decorrente de variações no colorido da plumagem, podendo haver sobreposição com seu congênere, Sporophila hypoxantha (caboclinho-de-barriga-vermelha) é necessário avaliar o registro de forma meticulosa buscando a identificar a espécie de forma correta e segura.

Dado a grande importância desse possível registro, da significativa extensão na distribuição da espécie e ciente dos problemas de diagnose da plumagem entre Sporophila hypochroma e o (Sporophila hypoxantha) achei oportuno, iniciar um empreitada investigativa. Então, enviei as minhas fotos e as gravações feitas pelo Silvander, ao meu grande amigo Marcio Repenning, competente ornitólogo do sul do Brasil, especialista em aves de áreas campestres e grande conhecedor do gênero Sporophila – Marcio é um dos autores da recente descrição da patativa-tropeira (Sporophila beltoni). Em complementação enviei também os arquivos para o amigo Adrian Rupp, para poder ter uma segunda opinião. Rupp também tem muita experiência com o gênero, principalmente, por conta das “cabocladas”, que ele promove pelo sul do Brasil e países vizinhos.

Sporophila hypochroma, acima e Sporophila hypoxantha, abaixo. A imagem mostra o padrão similar  de coloração da plumagem, podendo ainda, haver variações na saturação e no colorido de S. hypoxantha, o que torna bastante problemático a identificação dessas duas espécies crípticas. Reprodução: Handbook of the Birds of the World.

Como além de observador de aves nas horas vagas, eu também sou ornitólogo de campo por profissão, sempre busquei ser muito criterioso e comprometido em minhas identificações, sempre procurando por mais informações para identificar espécies de identificação complicada, tentando também compreender seus comportamentos, manifestações sonoras e distribuição geográfica. Muito além de números e lifers, meu interesse supremo na observação de aves, é tentar compreender a história natural das espécies. 

De toda forma, acompanhamos o exemplar, macho adulto, responder ativamente a reprodução de seu canto, empoleirando preferencialmente, nas extremidades da capineira e arbustos isolados, se pondo a cantar por longos minutos, ademais, a coloração muito intensa das partes inferiores me tendenciaram a corroborar com a possível identificação, como sendo da rara Sporophila hypochroma. Como a vida é um eterno aprendizado e apesar da minha vivência de campo, prefiro aguardar o retorno, dos amigos com mais experiência no grupo, para de fato, poder dar o correto tratamento taxonômico à espécie em questão, e assim, vamos fazendo ornitologia e refinando o conhecimento. 

Macho de Sporophila cf. hypochroma, fotografado em Pouso Alegre-MG. Foto: Bruno Rennó.

Macho de Sporophila cf. hypochroma, fotografado em Pouso Alegre-MG. Foto: Bruno Rennó.

Macho de Sporophila cf. hypochroma, fotografado em Pouso Alegre-MG. Foto: Bruno Rennó.

Meia hora após o primeiro teste cardíaco, lá estava outro objetivo dessa ida até Pouso Alegre. A belíssima andorinha migratória Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-de-dorso-acanelado), como seu apropriado nome popular já demonstra, essa andorinha é a única espécie da família com a região do uropígio com tons acanelados, essa coloração, além de lhe conferir um belo colorido, serve como uma boa diagnose para identificar a espécie, em voo. Sua testa maculada de acanelado também a torna inconfundível!

Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-de-dorso-acanelado) fotografada no Retão do Brejal, em Pouso Alegre. Foto: Bruno Rennó.

A andorinha-de-dorso-acanelado é uma incrível migrante de longas distâncias! Essas andorinhas se reproduzem no Hemisfério Norte e migram aos milhares, para o continente Sul americano, fugindo do inverno setentrional. Elas se espalham por várias partes da América do sul, onde se juntam a bandos mistos de outras espécies de andorinhas. Em Pouso Alegre, encontramo-la em meio a um bando misto de andorinha-morena (Alopochelidon fucata) e andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis), dividindo poleiro sobre fiação elétrica, ainda nesse mesmo bando observamos outro Hirundinidae buscando refúgio do frio boreal, a andorinha-de-bando (Hirundo rustica), outra viajante de longas distâncias.

andorinha-morena (Alopochelidon fucata), encontrada em meio ao bando misto da Família Hirundinidae, nos campos alagáveis de Pouso Alegre. Foto: Brun Rennó.

andorinha-de-bando (Hirundo rustica) fotografada no Retão do Brejal, em Pouso Alegre. Foto:  Bruno Rennó.

Naquela agradável paragem, entre os rios do Cervo e Sapucaí encerramos mais uma proveitosa manhã de observação de aves. Um belo amanhecer, boa prosa, bons amigos (lá encontramos com o amigo e observador de aves pouso-alegrense, José Nélio - o embaixador das aves do Brejal!) e uma manhã de passarinhada que rendeu 112 espécies de aves. Encontramos uma renca de passarinhos legais pelo caminho e na hora de irmos embora, ainda ouvimos o típico canto do ameaçado papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta), como que nos dizendo até breve. Em nosso caminho de volta para Itajubá, ainda fizemos duas paradas para investigar uns alagados interessantes na beira da rodovia, foi uma boa oportunidade para engrossar a lista dessa proveitosa manhã de birding.

Pouso Alegre, certamente, já se consolidou como um importante hotspot de birding no Brasil, especialmente, no Sul de Minas Gerais. Além do seu notório potencial para abrigar diversas espécies relevantes, algumas ameaçadas de extinção e por ser rota migratória de inúmeras espécies, o município também possui um atuante e organizado grupo de amistosos observadores de aves. Nosso grupo - Observadores do Amantikir, continuará suas pequenas migrações esporádicas às terras pouso-alegrenses, em busca de novos registros, observações e amizades.   


Abaixo segue a lista consolidada das 112 espécies de aves registradas durante nossa passarinhada matinal em Pouso Alegre:

Passarinha em Pouso Alegre - Retão do Brejal - 03/02/2019
NOME DO TÁXON
NOME COMUM
Tinamiformes
Tinamidae
Nothura maculosa
codorna-amarela
Anseriformes
Anatidae
Dendrocygna viduata
irerê
Dendrocygna autumnalis
marreca-cabocla
Cairina moschata
pato-do-mato
Amazonetta brasiliensis
ananaí
Ciconiiformes
Ciconiidae
Jabiru mycteria
tuiuiú
Mycteria americana
cabeça-seca
Pelecaniformes
Ardeidae
Tigrisoma lineatum
socó-boi
Nycticorax nycticorax
socó-dorminhoco
Bubulcus ibis
garça-vaqueira
Ardea cocoi
garça-moura
Ardea alba
garça-branca
Syrigma sibilatrix
maria-faceira
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis
coró-coró
Cathartiformes
Cathartidae
Coragyps atratus
urubu
Accipitriformes
Accipitridae
Leptodon cayanensis
gavião-gato
Geranospiza caerulescens
gavião-pernilongo
Heterospizias meridionalis
gavião-caboclo
Rupornis magnirostris
gavião-carijó
Geranoaetus albicaudatus
gavião-de-rabo-branco
Gruiformes
Rallidae
Aramides cajaneus
saracura-três-potes
Aramides saracura
saracura-do-mato
Mustelirallus albicollis
sanã-carijó
Gallinula galeata
galinha-d'água
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus chilensis
quero-quero
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae
narceja
Gallinago undulata
narcejão
Jacanidae
Jacana jacana
jaçanã
Columbiformes
Columbidae
Columbina talpacoti
rolinha
Columbina squammata
fogo-apagou
Patagioenas picazuro
asa-branca
Patagioenas cayennensis
pomba-galega
Zenaida auriculata
avoante
Cuculiformes
Cuculidae
Crotophaga ani
anu-preto
Guira guira
anu-branco
Strigiformes
Strigidae
Bubo virginianus
jacurutu
Caprimulgiformes
Caprimulgidae
Nyctidromus albicollis
bacurau
Hydropsalis maculicaudus
bacurau-de-rabo-maculado
Apodiformes
Apodidae
Chaetura meridionalis
andorinhão-do-temporal
Trochilidae
Phaethornis pretrei
rabo-branco-acanelado
Eupetomena macroura
beija-flor-tesoura
Colibri serrirostris
beija-flor-de-orelha-violeta
Coraciiformes
Alcedinidae
Megaceryle torquata
martim-pescador-grande
Chloroceryle amazona
martim-pescador-verde
Chloroceryle americana
martim-pescador-pequeno
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco
tucanuçu
Picidae
Colaptes campestris
pica-pau-do-campo
Cariamiformes
Cariamidae
Cariama cristata
seriema
Falconiformes
Falconidae
Caracara plancus
carcará
Milvago chimachima
carrapateiro
Herpetotheres cachinnans
acauã
Falco femoralis
falcão-de-coleira
Psittaciformes
Psittacidae
Psittacara leucophthalmus
periquitão
Aratinga auricapillus
jandaia-de-testa-vermelha
Eupsittula aurea
periquito-rei
Forpus xanthopterygius
tuim
Brotogeris chiriri
periquito-de-encontro-amarelo
Passeriformes
Thamnophilidae
Thamnophilus caerulescens
choca-da-mata
Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes angustirostris
arapaçu-de-cerrado
Furnariidae
Furnarius figulus
casaca-de-couro-da-lama
Furnarius rufus
joão-de-barro
Phacellodomus rufifrons
joão-de-pau
Anumbius annumbi
cochicho
Certhiaxis cinnamomeus
curutié
Synallaxis spixi
joão-teneném
Rhynchocyclidae
Tolmomyias sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta
Todirostrum poliocephalum
teque-teque
Todirostrum cinereum
ferreirinho-relógio
Tyrannidae
Elaenia flavogaster
guaracava-de-barriga-amarela
Culicivora caudacuta
papa-moscas-do-campo
Pitangus sulphuratus
bem-te-vi
Machetornis rixosa
suiriri-cavaleiro
Myiozetetes similis
bentevizinho-de-penacho-vermelho
Tyrannus melancholicus
suiriri
Tyrannus savana
tesourinha
Myiophobus fasciatus
filipe
Arundinicola leucocephala
freirinha
Gubernetes yetapa
tesoura-do-brejo
Satrapa icterophrys
suiriri-pequeno
Xolmis velatus
noivinha-branca
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis
pitiguari
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca
andorinha-pequena-de-casa
Alopochelidon fucata
andorinha-morena
Stelgidopteryx ruficollis
andorinha-serradora
Hirundo rustica
andorinha-de-bando
Petrochelidon pyrrhonota
andorinha-de-dorso-acanelado
Troglodytidae
Troglodytes musculus
corruíra
Donacobiidae
Donacobius atricapilla
japacanim
Mimidae
Mimus saturninus
sabiá-do-campo
Motacillidae
Anthus lutescens
caminheiro-zumbidor
Passerellidae
Zonotrichia capensis
tico-tico
Ammodramus humeralis
tico-tico-do-campo
Parulidae
Geothlypis aequinoctialis
pia-cobra
Icteridae
Gnorimopsar chopi
pássaro-preto
Chrysomus ruficapillus
garibaldi
Pseudoleistes guirahuro
chopim-do-brejo
Molothrus bonariensis
chupim
Sturnella superciliaris
polícia-inglesa-do-sul
Thraupidae
Tangara sayaca
sanhaço-cinzento
Sicalis flaveola
canário-da-terra
Sicalis luteola
tipio
Volatinia jacarina
tiziu
Tachyphonus coronatus
tiê-preto
Sporophila lineola
bigodinho
Sporophila collaris
coleiro-do-brejo
Sporophila leucoptera
chorão
Sporophila pileata
caboclinho-branco
Sporophila hypochroma
caboclinho-de-sobre-ferrugem
Embernagra platensis
sabiá-do-banhado
Emberizoides herbicola
canário-do-campo
Fringillidae
Spinus magellanicus
pintassilgo
Passeridae
Passer domesticus
pardal


Abaixo mais algumas fotografias  para ilustrar nossa passarinhada do dia 03/02/2019, em Pouso Alegre.

garça-branca-grande (Ardea alba). Foto: Bruno Rennó.

Leptodon cayanensis (gavião-de-cabeça-cinza). Foto: Bruno Rennó.

Sicalis flaveola (canário-da-terra), aproveitando-se da casa de joão-de-barro (Furnarius rufus), para construir o seu ninho. O casal se revezava no transporte de material para o interior do ninho. Foto: Bruno Rennó.

Triplex de joão-de-barro. Olha o mensalão! Foto: Bruno Rennó.
Zenaida auriculata (avoante). Foto: Bruno Rennó.
O famoso Retão do Brejal, área de várzea entre os rios do Cervo e Sapucaí. Foto: Bruno Rennó.

Uma bela paineira em flor colore o horizonte! Foto: Bruno Rennó.

No caminho para os campos, uma bela serra nos faz imaginar, quais espécies de aves não habitariam aquela imponente floresta!? Tem muito lugar pra se passarinhar por aí, viu!? Foto: Bruno Rennó.
Acompanhe-me nas próximas passarinhadas e não deixe de "folhear" as páginas do Diário de um Ornitólogo, que em breve trará mais relatos fresquinhos de passarinhadas e aventuras por aí.

ATÉ A PRÓXIMA PASSARINHADA!